A Justiça Federal decidiu manter a prisão preventiva de Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master. A decisão é da desembargadora Solange Salgado da Silva, do TRF-1, que negou um pedido de liminar feito pela defesa.
Motivos apontados pela desembargadora
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Há fortes indícios de:
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Gestão fraudulenta
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Atuação em organização criminosa
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Segundo a relatora, os investigados vêm apresentando um comportamento reiterado para atrapalhar as investigações, o que impede a libertação neste momento.
Um pedido de habeas corpus ainda será analisado pelo Tribunal, sem data definida.
Contexto da Operação Compliance Zero
Daniel Vorcaro e mais seis executivos foram presos na operação da Polícia Federal.
Eles são acusados de:
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Fraudar papéis vendidos ao Banco BRB
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Emitir CDBs com promessa de rendimento até 40% acima do mercado, retorno considerado irreal
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Vender títulos de crédito falsos
Segundo a PF, o esquema pode ter movimentado R$ 12 bilhões.
🔎 CDB: título de renda fixa emitido por bancos; o investidor empresta dinheiro e recebe juros pré ou pós-fixados.
Situação do Banco Master
A prisão ocorreu horas após o grupo Fictor Holding Financeira anunciar a compra do Master.
Mas, um mês antes, o Banco Central já havia barrado a tentativa de compra pelo BRB.
Na terça-feira, o BC decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master e determinou a indisponibilidade dos bens dos controladores e ex-administradores.
Com isso, a negociação de venda foi automaticamente cancelada.
Argumentos da defesa
A defesa alegou que:
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Com a liquidação do banco, não haveria risco para o processo, tornando desnecessária a prisão preventiva.
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Vorcaro está impedido de atuar no sistema financeiro, por determinação judicial.
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Buscas e apreensões já foram concluídas.
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Ele não pretende fugir, pois:
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Tem esposa e filho no Brasil;
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Informou previamente a rota do voo para Dubai, quando foi preso no aeroporto.
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Os advogados afirmam que respeitam a decisão, mas acreditam que não há fundamentos para a manutenção da prisão.
Local da detenção
A Justiça Federal determinou que todos os presos da operação permaneçam na carceragem da PF na Lapa, em São Paulo.
O local abriga:
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Vorcaro
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Outros seis executivos
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Envolvidos adicionais no esquema investigado
