“Detalhes de uma delação inflamável”, relata o conteúdo de uma proposta de colaboração premiada apresentada à PGR por dois empresários investigados por fraudes no setor de combustíveis:
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Roberto Leme (“Beto Louco”), controlador da Copape
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Mohamad Hussein Mourad (“Primo”), seu sócio
Segundo o material, eles afirmam ter feito repasses milionários entre 2021 e 2025 para financiar despesas e demandas de autoridades e dirigentes partidários, em troca de influência política, especialmente para tentar reverter sanções impostas pela ANP que proibiram a Copape de produzir combustível.
Episódio central: Réveillon do Amapá
Um dos principais relatos envolve o Réveillon do Amapá de 2024, em Macapá, que contou com grandes artistas, incluindo Roberto Carlos.
De acordo com a proposta de delação:
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R$ 2,5 milhões teriam sido pagos por “Beto Louco” para viabilizar o show de Roberto Carlos
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O pedido teria sido feito pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP)
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A tratativa teria ocorrido em 20 de dezembro de 2024, no gabinete do senador, em Brasília
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O valor corresponderia exatamente à quantia que faltava após a desistência de um patrocinador
O empresário afirma que o pagamento fazia parte de uma tentativa de obter apoio político para reverter a punição da ANP, que ele classificaria como “perseguição regulatória”.
Como o dinheiro teria sido transferido
Segundo documentos apresentados à PGR e citados pela piauí:
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O senador teria indicado um intermediário chamado “Cleverson”
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Os depósitos teriam sido feitos em duas parcelas de R$ 1,25 milhão
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Contas mencionadas:
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CINQ Capital Instituição de Pagamentos (Banco do Brasil)
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QIX Transportes Logística Ltda (Sicredi)
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As transferências teriam ocorrido na véspera do show, em 28 de dezembro
A revista afirma que o telefone atribuído a “Cleverson” pertenceria a Kleryston Pontes Silveira, empresário do ramo musical no Ceará. Segundo a reportagem, Roberto Carlos não é agenciado por ele.
Mensagens atribuídas ao senador
Ainda conforme o relato dos delatores:
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Após os depósitos, “Beto Louco” tentou ligar para Alcolumbre, sem sucesso
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O senador teria respondido por mensagem: “Tamo junto sempre!”
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Em seguida, teria enviado outra mensagem com um emoji de oração e “Muito obrigado!”
Ponto fundamental
Tudo o que foi descrito pela piauí se baseia em uma proposta de delação, ou seja:
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São alegações dos investigados
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Não há, até o momento, decisão judicial ou validação formal dos fatos narrados
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A PGR ainda precisa analisar o conteúdo, a consistência das provas e a eventual homologação
Se quiser, posso:
