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Após caso Master, especialistas defendem manutenção das regras do FGC

Publicada em: 06/12/2025 09:18 -

Debate sobre mudanças no FGC após a liquidação do Banco Master

📌 Contexto: Liquidação do Banco Master e impacto sobre o FGC

  • O FGC irá disponibilizar R$ 41 bilhões para cerca de 1,6 milhão de credores do Banco Master.

  • O fundo tem patrimônio de ~R$ 160 bilhões, sendo R$ 120 bilhões líquidos, portanto com folga para realizar os pagamentos.

Apesar da robustez financeira, a liquidação reacendeu entre os grandes bancos a discussão sobre possíveis mudanças nas regras do FGC.


🏛️ Por que os grandes bancos querem mudar as regras?

Os grandes bancos alegam que:

  1. Instituições pequenas estariam usando o FGC como atrativo excessivo para captar recursos, oferecendo produtos 100% cobertos pelo fundo.

  2. Isso cria concorrência considerada “desleal” pelos bancões, já que o risco para investidores é praticamente zerado.

  3. Com a quebra do Master, essas preocupações ganharam nova força.

As propostas cogitadas incluem:

  • aumento da contribuição para o FGC;

  • mudança no limite de cobertura (hoje R$ 250 mil por instituição).


🏛️ Posição do Banco Central

O presidente do BC, Gabriel Galípolo, deu recado firme:

É preciso preservar o FGC para garantir a competitividade das instituições menores.

Argumentos do BC:

  • Bancos grandes têm o benefício implícito do “too big to fail” — são socorridos pelo Estado em caso de crise.

  • O FGC serve para compensar essa assimetria e permitir que bancos menores também consigam captar recursos.

  • Qualquer mudança não pode comprometer o papel do FGC de nivelar a competição e proteger o consumidor.


🧑‍💼 Visão do mercado

ABBC (Associação Brasileira de Bancos)

  • O FGC permitiu maior diversidade de produtos e redução das taxas aos investidores.

  • Mudanças devem ser feitas com cautela.

  • Propõe-se que a contribuição ao FGC leve em conta o risco dos ativos de cada instituição — e não apenas um percentual fixo.

Instituições menores

Executivos de fintechs e bancos pequenos destacam:

  • O FGC é essencial para viabilizar a concorrência.

  • O BC possui controles rígidos para permitir competição sem comprometer a estabilidade do sistema.

  • A existência do FGC ajuda a reduzir o spread bancário ao fomentar novos competidores.


🟦 Como funciona hoje a contribuição ao FGC

  • Contribuição mensal: 0,01% sobre produtos cobertos.

  • Antes de 2018 era 0,125%.

  • Alíquota atual é igual para todos os bancos.

Produtos cobertos:

  • Conta corrente e poupança

  • CDB / RDB

  • LCI / LCA / LCD

  • LH, LC

  • Conta salário

  • Algumas operações compromissadas

Limites de cobertura:

  • R$ 250 mil por CPF/CNPJ por instituição

  • Limite global para múltiplas quebras em 4 anos: R$ 1 milhão


🛡️ Novas medidas de fiscalização do BC

Antes da liquidação do Master, o BC já vinha apertando controles:

  • Resolução que limita alavancagem entra em vigor em 2026.

  • Nova consulta pública para criar critérios de mensuração diária da qualidade dos ativos.

Segundo especialistas, isso aumentará a resiliência do sistema financeiro.


📌 Conclusão

O debate sobre mudanças no FGC ganhou força após a liquidação do Master, mas:

  • o BC quer manter o papel competitivo do fundo;

  • as alterações devem ser estudadas com tempo;

  • a tendência é evoluir para um modelo de contribuição baseado em risco, mas não há consenso para mudanças imediatas em 2026.

 
 
 
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